10 de Outubro: Dia Mundial da Saúde Mental
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Saúde Mental vai além da ausência de doenças psicossomáticas e se caracteriza por um bem-estar em que o indivíduo reconhece suas capacidades e limitações e consegue perceber o seu papel social, tornando-se agente de sua própria história.
Apesar do dia 10 de Outubro, Dia Mundial da Saúde Mental, merecer comemorações devido aos inúmeros avanços que o campo tem alcançado, é necessário que a data sirva como um momento para reflexões sobre os problemas que ainda se fazem presentes na realidade do diagnóstico e tratamento de transtornos mentais e para fomentar o desenvolvimento de políticas públicas voltadas ao tema.
O Brasil tem números alarmantes de indivíduos com depressão e transtornos de ansiedade, o que acende um alerta, principalmente se for considerado que os casos de suicídio têm subido no país.
Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) mostram que 5,8% dos brasileiros (cerca de 12 milhões de pessoas) sofrem de depressão. É a maior taxa da América Latina e a segunda maior das Américas, atrás apenas dos Estados Unidos.
Estima-se que entre 20% e 25% da população teve, tem ou terá depressão, sendo essa a doença psiquiátrica com maior prevalência no Brasil.
Em seguida, aparece a ansiedade, que afeta 9,3% dos brasileiros (cerca de 19,4 milhões), e faz com que o Brasil ocupe o primeiro lugar da lista de países mais ansiosos do mundo.
Os transtornos ansiosos incluem fobia, transtorno obsessivo-compulsivo, estresse pós-traumático e ataque de pânico.
O suicídio é a terceira principal causa externa de mortes no Brasil (atrás de acidentes e agressões), com 12,5 mil casos em 2017, segundo o Ministério da Saúde. Em relação ao ano anterior, o aumento foi de 16,8%.
Menosprezar doenças psiquiátricas e, consequentemente, o tratamento contribui para o aumento de casos de suicídio, observa o médico psiquiatra Antônio Geraldo da Silva, presidente da Apal (Associação Psiquiátrica da América Latina) e diretor da Associação Brasileira de Psiquiatria.
"Depressão é uma doença como qualquer outra, como diabetes, hipertensão, pneumonia... portanto, pode acometer qualquer pessoa em qualquer idade."
Silva afirma que, apesar dos avanços da medicina e das terapias para tratar doenças psiquiátricas, "ainda existe muito preconceito".
"Ninguém fala para uma pessoa com câncer deixar a doença de lado, mas há quem fale isso para quem sofre de depressão, o que é um erro", completa.